
A história da fisioterapeuta Luciana Oshiro e seu intercâmbio na Irlanda de descobertas e aprendizados
Conheça a história da fisioterapeuta Luciana Oshiro que durante seu intercâmbio na Irlanda descobriu novos caminhos em sua vida, inclusive o de buscar o bem-estar do próximo.
Natural de São Paulo (SP), Luciana Midori Oshiro apenas pensava em fazer intercâmbio. Mas conversando com uma prima, que já estava se preparando para um intercâmbio, seu desejo se intensificou. Assim, decidiu que embarcaria nessa aventura.
Ao se formar na faculdade, cogitou ir para o Canadá ou Austrália, sabendo que esses países eram bons destinos para profissionais de Fisioterapia. No fim, decidiu seguir sua prima e o destino escolhido foi a capital da Irlanda, Dublin, onde desembarcou em julho de 2016.

Os preparativos no Brasil foram rápidos, com toda a organização realizada um mês antes da viagem. Ela trabalhava como fisioterapeuta e conversou com seu chefe sobre a oportunidade e explicou para os pacientes que atendia que estava indo viajar. Prometeu voltar em 8 meses, mas o plano se estendeu e a paulistana já está na Irlanda há quase três anos. E durante o intercâmbio descobriu um novo mundo.
Idioma e trabalhos
Em São Paulo, Luciana foi alfabetizada em escola japonesa, onde esta comunidade é muito forte. Estudou o idioma até os oito anos, falava e escrevia fluentemente. Hoje, inclusive sente imensa vontade de voltar a estudar a língua.
Depois disso, se mudou com a família para Belo Horizonte, em Minas Gerais, e lá passou a estudar em escola brasileira também com aulas básicas de inglês. Apesar das aulas, ela foi aprendendo inglês sozinha, ouvindo músicas e pesquisando. Além do seu interesse, o fato de ter aprendido japonês facilitou para aprender um outro idioma. Em Dublin estudou mais e o seu nível de inglês só evoluiu.

A intercambista passou por muitas experiências de trabalho ao longo dos anos na Ilha Esmeralda. Trabalhou como food runner, waitress, healthcare assistant e childminder. Todos os trabalhos a fizeram ter contato com os nativos e o idioma, além de aprender muito sobre paciência e solidariedade.
Como healthcare assistant (assistente de saúde), cuidava de pacientes com Alzheimer, demência e outros com diferentes limitações, precisando fazer tudo que eles não conseguiam, como trocar fralda, dar remédio ou passear no parque.
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Para ela são funções muito gratificantes, pois está ajudando outra pessoa, e isto é uma grande motivação para continuar o seu trabalho. Atualmente, Luciana voltou a focar sua atenção em uma antiga paixão além da fisioterapia, o Yoga, cuja prática diária a ajuda no equilíbrio físico e mental.
“Venha para o intercâmbio preparado, pois nem tudo é um mar de rosas. Mente e coração abertos. As coisas acontecem com cada pessoa de um jeito, tudo depende da forma como você encara. Vão ter muitas dificuldades, mas é uma experiência muito gratificante que nos faz crescer muito”, afirma.

Viagens e aprendizados
Viagem é um assunto que fascina a paulistana. Luciana já havia viajado para mais de 15 países com sua tia, quem lhe ensinou o gosto por novas culturas, mas era outra visão de viagem. Hoje, viaja com seu esforço, se hospeda em hostels e economiza sempe que possível.

A lista de lugares visitados durante o intercâmbio é grande, e pretende continuar aumentando. Já visitou: Escócia, Irlanda do Norte, França, Bélgica, Holanda, País de Gales, Noruega, Reino Unido, Áustria, Dinamarca, Marrocos, Malta, Singapura, Vietnã, Bali, Finlândia, Portugal, Alemanha e Itália. Pela facilidade de estar na Europa teve a oportunidade de retornar a vários países que já havia visitado com a tia.
“Conheça tudo que puder nas viagens, faça um mochilão, experimente as comidas e aproveite tudo.”
Uma das experiências mais incrível em suas viagens foi conhecer o Templo da Água Sagrada, em Bali, na Indonésia. “Esse lugar é mágico, um exercício espiritual para purificar e agradecer a vida. Independente de religião, é uma tranformação. Me senti conectada comigo mesma e meu propósito no mundo”, conta.

Além de poder conhecer várias culturas, os maiores aprendizados para a fisioterapeuta foram os pessoais. Luciana considera que foi muito mimada pelos pais, não de uma forma ruim, mas eles sempre fizeram tudo por ela. Morar fora fez com que aprendesse a se virar sozinha, fazer os trabalhos domésticos e resolver problemas, como o golpe financeiro que sofreu na procura de acomodação.
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“Tive que aprender a fazer tudo sozinha, cozinhar e resolver os problemas da casa, eu não era uma pessoa preparada. Morar com várias pessoas também foi difícil no início, e aprendi a ser tolerante, relevar muitas coisas e tornar tudo mais simples e tranquilo”, conta.
O intercâmbio abriu sua mente para um novo mundo, onde fez mais descobertas sobre a vida e aprendeu muito. Como teve uma criação mais rigorosa, comum na cultura japonesa, na Irlanda encontrou sua liberdade, e para ela é muito gratificante.
Hoje, a intercambista se considera mais madura e independete e aconselha essa experiência para todos.
“Você aprende, desenvolve e evolui, muito mais que a língua, você aprende sobre convivência e respeito. E valorizar as coisas simples da vida.”, ressalta.